domingo, 30 de setembro de 2012

Uma Tarde Feliz







A reunião mensal da Academia Itajubense de Letras, neste mês de setembro, brilhou no ambiente, no conteúdo e na magia do encontro entre as letras e a música. Foram momentos felizes onde a cultura, o conhecimento, o entretenimento e lazer juntaram-se a uma interessante convivência.

Um grupo seleto de amigos da arte e cultura uniu-se aos acadêmicos para uma tarde alegre e musical. Em contrapartida, poesia e música foram intercaladas num arranjo preparado com muito carinho pela presidente da AIL, Maria de Lourdes Maia Gonçalves, ao conduzir a mesa de trabalhos.

Em comemoração ao dia da Seresta, uma das datas enfatizadas do mês de setembro, houve uma homenagem ao seresteiro José Oliveira da Silva, que se emocionou e nos emocionou com suas músicas.
O seresteiro e seu violão empolgaram os acadêmicos, que se arriscaram e soltaram suas vozes. E, não é que estavam afinados?!...

Nas vozes de Marisa Mohallem, Márcia Paiva e Nair Cunha e ao piano Rafael Faria ouvimos músicas inesquecíveis.

Os acadêmicos que se inscreveram, para a apresentação de suas composições, nos encantaram com os seus poemas e prosa, arrancando aplausos dos presentes, que desta forma incentivam novas criações.

Momentos, assim, são alentos e alegria num domingo mensal e ânimo para um começo de semana. Quem pode participar conferiu “in loco”, quem não apareceu está convidado para a próxima reunião. Organizem suas agendas e preparem-se, pois sempre haverá novidades de cultura e arte nas reuniões da AIL, que acontecem  ao terceiro domingo de cada mês.

Que setembro nos traga a primavera com suas cores, flores e alegria. Festejemos a nova estação, que chega ainda meio tímida e sem lugar.

Viva Setembro!... E viva a Primavera!...

(Assim, terminaria a criança a sua redação escolar, sobre a Primavera. Resolvi lembrar a criança, que apesar, ainda vive em mim... Mês que vem, ela será lembrada com maior ênfase.)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

UMA SAUDAÇÃO À ÁRVORE

               

                          As sete maravilhas da Palavra

                                                          Maria de Lourdes Maia Gonçalves - AIL

A origem
da palavra é tudo. Não a etimológica, mas
a fonte dos sentimentos onde é semeada. A “genética”
da palavra está ligada à qualidade do “solo” da mente que a cultiva.
A palavra fraterna nasce no coração do homem sábio, desprovido da vaidade que
o impede de ver e ouvir o outro. O “adubo” fertiliza e gera ações capazes de transformar
as pessoas e o mundo. Porquanto simplicidade é essencial. Não a simplicidade subserviente
que danifica a dignidade, mas a lucidez própria dos que sabem que, uma vez lançada,
a palavra pertence ao mundo e, por isso, são prudentes e cautelosos. À medida que desenvolvem as virtudes, libertam-se do sentimento individualista, tornando-os
aptos para ouvir mais do que falar. Há momentos em que o silêncio é mais eloquente... E abrigar-se nas pausas dos sons é o mais sensato. A terra, em suas entressafras, faz repousar
o substrato para que as semeaduras sejam promissoras. Se ao
solo não for dado esse tempo, a cultura resultará prejudicada... A primavera é propícia à geração de sementes, de ideias e reflexão. Momento oportuno para se lembrar que nos jardins alheios também brotam flores viçosas e aromáticas e que os passarinhos e as borboletas visitam os jardins sem a preocupação de saber qual flor tem o néctar mais procurado
por abelhas. A árvore eleva seus braços para o céu como quem
agradece a vida e,
recompensada,
doa e recebe as
dádivas que
lhe foram
reservadas
pelo Bom
Semeador.
Assim é a
palavra que,
aperfeiçoada
através da história,
é apanágio reservado ao
homo sapiens. Depende de nós, cultivá-la em solo fértil ou deixá-la sucumbir na
aridez do deserto. Do solo ressequido nada brotará...








terça-feira, 11 de setembro de 2012

UM CONVITE PARA VOCÊ- IRRECUSÁVEL!


A Academia Itajubense de Letras tem a alegria e a honra de convidar V. Sª e ilustre família
para a reunião de setembro, ocasião em que será comemorado o Dia da Seresta.

                       Agradecemos pela honrosa presença.


Data: 16 de setembro de 2012
Horário: 15 hs
Local: Auditório Antônio Rodrigues de Oliveira
Rua Cel. Rennó, nº 7, Centro – Itajubá – MG

 

                          Maria de Lourdes Maia Gonçalves
                                                Presidente

Noticiando

Convidado pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP, o acadêmico Gildes Bezerra esteve no dia 29 de agosto último, mostrando parte de sua produção literária ao “Grupo de Estudos Guimarães Rosa” aos professores, alunos e convidados. O evento aconteceu na sala 2 do IEB e contou com a presença de Ivan Vilela, músico e professor daquela universidade, que enriqueceu a apresentação com a sua arte.
Entre os professores, se encontravam Dieter Heidemann e Rosa Haruco Tane, coordenadores do citado grupo. A manifestação por parte dos que assistiam à apresentação surpreendeu o poeta.
 Depois da leitura de poemas e das músicas, foi trazido pela professora Rosa, um bolo simples, com guloseimas e refrigerantes para comemorar os aniversários de Gildes e Ivan, com direito ao tradicional “Parabéns pra você”.
 Nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, o acadêmico participou com poemas, entre palestras, da IV Jornada do “Etc. e Tal Psicanálise e Sociedade” ocorrida no Sindicato dos Professores de São Paulo.

Segundo Gildes Bezerra, foi uma semana muito gratificante.

Academicos da AIL celebram a Primavera

Ciranda da Natureza
                   Sônia Maria de Faria  - AIL

A chuva
Há tanto esperada
Despenca das nuvens escuras
Cai forte
Na terra cansada.

O chão bebe vida...
O estalo seco do capim
O fundo raso do rio
O ninho da fonte silente
Ganham fôlego, enfim.

Aos poucos ressurge o verde
Renasce o canto das cascatas
Ouve-se a folia das maritacas

Aves passeiam no céu
Nos ninhos há gente nova
Flores se esparramam pelo campo
Do seu perfume, o encanto
Cada qual a cumprir o seu papel.

O amor flutua...
A natureza em harmonia
Movimento e graça
Abraça a alegria
Feliz perpetua a vida.


- DIA DA ÁRVORE -

Terezinha Ofélia Nascimento Rennó – AIL
– Cadeira – 26

“Árvores são poemas que a terra escreve para o céu.”

Mãe da Natureza, a árvore assisti-nos
                      do nascimento à morte.
Em pedaços de ti repousamos o pouco peso,
depois, quiçá, um corpo obeso.
Alimenta-nos com teus frutos,
Adorna - nos com tuas sementes, tuas lascas, tuas cascas...
Assentamo-nos em teus troncos, cadeiras, bancos...
Apoiamo-nos em tuas taboas toscas ou polidas
e, sobre elas, escrevemos, lemos, comemos...
Construímos nossas taperas ao pé da serra,
onde a tua sombra gera frescor e devaneio...
Mais, as estacas para as mansões e edifícios,
são ferramentas de ofício que tu forneces, também....
Andamos sobre teus tacos, em bengalas apoiamos,
emolduramos o presente e recordamos o passado
no portal dependurado...
Embalamos os filhos, os netos no balanço de teus galhos...
E os luxos, os trapos?... onde são eles guardados?...
E o Santo Lenho de Jesus, vigiando nossas portas,
é tranca das nossas porteiras, cancelas e igrejas...
Das flores do manacá, às raízes que nos dão chá,
és o verde da esperança, o ar puro que respiramos!
Tu és vida, Árvore bendita!!!
És da Natureza a Mãe, és nossa Saúde e Beleza!
Sem ti não vivemos e, quando morremos,
és tu, somente tu - que sempre nos olhaste das alturas -
que desces conosco à sepultura!...











sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Setembro e suas datas comemorativas.

                 


  02. Dia da Florista

  05. Dia da Amazônia 

              06. Oficialização da letra do Hino Nacional


07. Independência do Brasil             







08. Dia Internacional da Alfabetização.

 10. Fundação do 1º Jornal do Brasil.
 
12. Dia da Seresta

17. Dia da Compreensão Mundial

18. Dia dos Símbolos Nacionais

19. Dia do Teatro

    
                                   21. Dia da Árvore
               
                        21. Dia da Paz.
                       
                                                                                            
    23. Início da Primavera

   27. Dia Nacional do  Idoso

28. Dia da Lei do Ventre Livre

  28. Dia da Bíblia

30. Dia Nacional do Jornaleiro

                                         30. Dia Mundial do tradutor

.







E, Setembro chegou!...

                



  Lina Lisbôa- AIL

Amanheceu Setembro, depois que a enorme Lua Azul foi desaparecendo, aos poucos, ofuscada pela luz do sol.
Grandiosa e altaneira, ela que arrebatou nossos olhares durante boa parte da noite,  permanecerá nas nossas lembranças por algum tempo, isto é, três anos aproximadamente e nos regalará, novamente, fazendo sua aparição duas vezes num mesmo mês e com essa majestade toda, a fim de provocar a inspiração poética e os corações apaixonados.
Impossível, alguém não tê-la visto e ela queria isto mesmo, já que ostentou um brilho mágico e um tamanho colossal semelhante a um disco de papel laminado esfumaçado.
Encantada adormeci com aquela linda imagem e fui acordada com um sabiá pedindo a luz do sol, mesmo, acredito eu, embevecido pela lua que fazia seu fim de turno.
Estava escuro ainda e ele implorava insistentemente pelo dia, empoleirado num arranha céu e sem verde algum por perto.

Só pode ser primavera!

O impossível acontece na magia primaveril. Ela está chegando, mesmo mediante as intempéries da natureza, mesmo apesar do descaso do homem.
E, o sabiá, meu vizinho, se ajeita como pode na selva de pedra, encontra uma fresta, faz seu ninho, clama por um companheiro e sonha com um mar verde, tão difícil de encontrar numa cidade onde impera o aço e concreto.
Entretanto, se um sabiá se apruma numa antena de TV, constrói um ninho, canta e espera o sol é sinal de que é primavera e sem querer, uma onda de alegria toma conta dos corações.
São os dias claros, o perfume das flores e as cores estampadas nos jardins. O calor, as roupas coloridas, a descontração. A vida abandona o cinza e se torna mais rósea. Transparente até, como o ar que enche meus pulmões ávidos de frescor.
Que ela venha plena de garra e encanto e nos traga a esperança de dias melhores. Que ela faça cantar todos os corações como o sabiá, que me despertou nesta manhã de setembro.

sábado, 1 de setembro de 2012

UMA PROSA POÉTICA PARA NOS ENTERNECER

Laços de Cetim

Maria de Lourdes Maia Gonçalves - AIL
   (Texto classificado no Concurso Nacional e Internacional promovido pela  Academia Pontagrossensse de Letras e Artes de 2012).

Resolvi que hoje abriria o baú, aquele baú de recordações que todo mundo tem. O meu está guardado em lugar de fácil acesso, entretanto, para abri-lo é necessário não ter pressa, posto que as histórias ali preservadas careçam de zelo e carinho para aflorar à superfície do tempo e voltarem reais e absolutas.

Voltar ao passado, assim por inteiro, requer boa dose de autodomínio para não atropelar as emoções e correr o risco de se perder no labirinto do tempo. Tem que se ter cuidado, tocá-las como se toca o cristal translúcido e frágil para que não se quebre o seu encanto e magia.

Pois bem: baú aberto, lembranças à mostra, é sensato seguir com calma para conduzir o fio da meada desse mundo mágico que são as recordações. A vantagem é que nele não há impedimentos nem limites. Outra vantagem é que as lembranças se impõem e se tornam atemporais e cósmicas, de maneira que se pode muito bem juntar numa só época, acontecimentos ocorridos em tempos diferentes. A convivência se faz pacífica e harmoniosa. Aquele passeio de bicicleta pode muito bem, ser revivido tanto nos cami-nhos de sua infância, como nos jardins e bosques de qualquer lugar do mundo; é possível recriar outro cenário, de acordo com o gosto e com o estado de espírito de quem ultrapassa os umbrais do passado e adentra os acervos da memória conservados em baú de perfumada madeira, que abriga em seu interior riquezas de um tempo em que as me-ninas usavam nos cabelos laços de fitas de coloridos cetins e vestidos de organza borda-dos à mão por dedicadas e amorosas mães.

A fidelidade às lembranças precisa ser resguardada, afinal, é sua história; no entanto, temos a opção de transportá-las para qualquer canto do planeta e até além da Via Láctea e penetrar em suas entranhas. Lembre-se: o homem é parte do cosmos e seu direito de ir e vir alcança o âmbito universal.

De repente, aquele papagaio de papel, cúmplice de aventuras infantis, pode mui-to bem se tornar a estrela – quem sabe, Bellatrix – que guiará seus devaneios e, assim, salvaguardar e enriquecer o patrimônio das lembranças e consolidar o poder de conciliá-las – antigas e novas – numa coexistência utópica e real, seguindo o princípio de que os opostos se atraem e justificam as ações. A opção é sua; a liberdade de onde, com quem e quando revivê-las pertence unicamente a você.

Voltemos ao baú. Vejo delicadas florzinhas de tecido que ornamentaram as Bo-das de Ouro de meus pais. Continuam ali, impecavelmente intactas, talvez a sugerir que esse amor permaneça em outra dimensão e dele, cá na terra, seja sentida a sua energia benfazeja através de seus filhos.

De repente, as fotos – amareladas como haviam de ser – ganham movimento e proporção em minha mente. Surpreendo-me a cantar modinhas e relembrar diálogos entre os primos – eram muitos – que compartilhavam as horas de puro lazer. A bicicleta também estava lá. Um de cada vez experimentava a liberdade que aquele veículo de duas rodas proporcionava. Como criança e bicicleta sempre terminam em quedas e arra-nhões... Ah, como eram engraçadas as derrapadas ladeiras abaixo, sobretudo, nos dias em que o “Geral” – o vento de Aracati, aquele vento marítimo e generoso – estava mais afoito. Depois, vinham os “sermões” de pais e tios, vistos pelos autores das “artes” como desnecessários e intermináveis. Hoje se sabe que eram imprescindíveis.

Bolinhas de gude, bonecas, corda de pular, miniaturas de piano – lembro-me muito bem de um azul e branco, de três oitavas, que ganhei no catecismo e tocava como um piano de verdade – ; queimadas, esconde-esconde, fantoches, livros de história... Está tudo ali, no baú das recordações, protegido no cantinho mais seguro dos registros da memória. Lá, também está a receita da tapioca crocante de mamãe, a convivência escolar, o canto orfeônico, o presépio de Jesus Menino frente à Matriz, o sorriso das crianças e o olhar protetor dos pais. A concorrência pela melhor nota da classe, as flores do jardim da praça, os centenários casarões, o aroma dos jasmins de minha casa, as me-lhores amigas, as inesquecíveis e eternas amigas e os primeiros olhares dos meninos.

... Entretida em minhas lembranças não vi quando o sol todo gentil, recuou lá no horizonte e deu passagem à Lua. Ah, a Lua... Doce e terna, agradável e aconchegante como as lembranças do tempo que vai longe. Distância que só existe na certidão do tempo, inexoravelmente somado e subtraído, espaço físico que insiste em nos afastar das histórias que, volta e meia, vem à tona cheias de intimidade e poder. E não adianta ter ciência que passado é passado. Para aquele que faz questão de guardar tesouro de real valor passado reverte-se em presente, é parte do livro da vida, deve ser lido e relido, pode ser aberto a qualquer página, em qualquer lugar, dia ou hora, tem o poder mágico de transportar pessoas para ontem, hoje e sempre nos permitir que vivamos esse tempo novamente...







O Informativo da AIL -Terceiro Domingo - Cantos Diversos - Agosto de 2012